Estudos preliminares da sede do Pompidou em Foz do Iguaçu. Fotos: Divulgação/Escritório Solano Benítez.
O Centre Georges Pompidou, uma das instituições mais prestigiadas do mundo dedicadas à arte moderna e contemporânea, ganhará uma filial no Brasil em 2027. A cidade escolhida para abrigar o novo museu é Foz do Iguaçu, no Paraná, na região da Tríplice Fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. O curador e coordenador internacional do projeto, Marc Pottier, destaca o valor simbólico da localização e o potencial do centro para fortalecer os vínculos culturais entre América do Sul e Europa.
Assinado pelo arquiteto paraguaio Solano Benítez — vencedor do Leão de Ouro na Bienal de Veneza de 2016, o projeto propõe um edifício inovador e ambientalmente responsável, concebido como um espaço aberto e acolhedor. A futura sede deverá contar com áreas públicas, ateliês, laboratórios, restaurantes e espaços para espetáculos.
Estudos preliminares da sede do Pompidou em Foz do Iguaçu. Fotos: Divulgação/Escritório Solano Benítez.
A nova unidade brasileira se somará às demais filiais internacionais do Pompidou, localizadas na Bélgica, Espanha e China, e seguirá a tradição da sede parisiense, com uma programação multidisciplinar voltada à arte e cultura. A proposta é que a filial no Paraná reflita também a diversidade da produção artística latino-americana. O Centre Pompidou x Paraná faz parte de uma estratégia de internacionalização da instituição francesa, promovendo a circulação de acervos e o intercâmbio cultural em escala global.
Solano Benítez: da tradição cerâmica ao Pompidou
Natural de Assunção, Paraguai (1963), Solano Benítez se destacou no cenário global da arquitetura por valorizar materiais simples, como o tijolo — elemento central nas suas criações, que unem técnica, sensibilidade social, econômica e ambiental. Cofundador do Gabinete de Arquitectura, desde 1987 conduz projetos que demonstram uma “reflexão holística sobre o barro”. Seu envolvimento com comunidades locais reforça o uso de mão de obra qualificada, com foco em soluções de baixo custo e alto valor social. Sua abordagem sustentável e a aposta em materiais naturais, são especialmente relevantes para o projeto do Pompidou no Paraná.
Retrato de Solano Benítez. Foto: Jornal La nacion.
Benítez descreve seu trabalho como “fazer tudo ao contrário”: utilizando tecnologia e simplicidade combinadas para resultar em estruturas surpreendentes e acessíveis. Ele enfatiza ainda o papel educativo da arquitetura, defendendo que o novo museu seja mais do que uma construção, constituindo um espaço integrador, voltado à troca de saberes. Outro aspecto central da proposta é a integração com a natureza. Ao projetar o museu junto ao Parque Nacional do Iguaçu, o arquiteto se propõe a criar “novas relações com a natureza” e com as Cataratas — “uma gigantesca fábrica de arco-íris”.
Com bagagem reconhecida pela crítica e por instituições internacionais, Solano Benítez traz ao Centre Pompidou x Paraná mais do que técnica: o equilíbrio entre inovação, sustentabilidade, educação e conexão com o entorno natural e social — exatamente os pilares que consolidam o Pompidou como um espaço de cultura global.
Estudos preliminares da sede do Pompidou em Foz do Iguaçu. Fotos: Divulgação/Escritório Solano Benítez.
Analisando projetos arquitetônicos internacionais do Pompidou
Bruxelas – KANAL‑Centre Pompidou: conversão industrial de selo histórico, aposta em preservação estrutural, espaços amplos e acústica otimizada. Projeto de Aarchitecten, EM2N e Sergison Bates.
KANAL‑Centre Pompidou. Foto: Divulgação.
Málaga – Centre Pompidou Málaga: “El Cubo” é uma estrutura de vidro com fachada colorida sob o porto. O interior possui dois níveis, além de um auditório subterrâneo. Projeto de Marín Malavé e Pérez de la Fuente.
Centre Pompidou Málaga. Foto: Divulgação.
Xangai – Centre Pompidou × West Bund: localizado à beira do rio Huangpu, tem três volumes iluminados por luz zenital, com fachadas de vidro reciclado e espaços públicos integrados ao rio e ao parque. Projeto de David Chipperfield.
Centre Pompidou × West Bund. Foto: Divulgação.
O que esperar do projetado Centre Pompidou x Paraná
– Edifício sustentável, com identidade estética ligada à terra e água, integrando tecnologia moderna e materiais vernaculares.
– Integração urbana significativa, servindo como pólo para revitalização turística, cultural e de políticas públicas na região trinacional.
– O Centre Pompidou x Paraná promete transformar Foz do Iguaçu em um novo eixo da arte contemporânea global.
Estudos preliminares da sede do Pompidou em Foz do Iguaçu. Fotos: Divulgação/Escritório Solano Benítez.