Extremos: 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo

Depois de uma década de edições descentralizadas, a 14° Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo (BIAsp) retorna a sua sede histórica: a Oca no Parque Ibirapuera. Organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – São Paulo (IAB-SP), o evento começou na quinta-feira, dia 18 de outubro e pode ser visitado até 19 de outubro.

Intitulada “Extremos – Arquiteturas para um Mundo Quente”, esta edição tem como premissa entender qual é o papel da arquitetura diante dos eventos climáticos extremos e apresenta projetos que miram na produção de cidades mais resistentes e resilientes.

São mais de 200 propostas que unem os avanços da ciência acadêmica aos saberes ancestrais, combinando novas tecnologias socioambientais a práticas e materiais tradicionais. Entre eles, 16 são construções experimentais.

O Comitê Curatorial da 14ª BIAsp é formado por seis membros: Renato Anelli, Karina de Souza, Marcos Cereto, Clévio Rabelo, Marcella Arruda e Jerá Guarani. Suas trajetórias abrangem arquitetura, urbanismo, pedagogia, pesquisa acadêmica, ativismo social e produção cultural. 

O conceito curatorial parte do entendimento de que vivemos em tempos extremos, o que exige soluções radicais e inovadoras. E, como estratégia de seleção dos projetos, a equipe realizou uma ampla chamada aberta, complementada por 50 convites direcionados a trabalhos alinhados à temática da Bienal.

A exposição tem trabalhos de 25 países, de todos os continentes. Do Brasil, são 17 estados participantes. Entre os brasileiros mais conhecidos estão Gabriela de Matos, curadora do pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza de 2023, e trabalhos de escritórios consagrados como aflalo/gasperini arquitetos, MMBB e Grupo SP., além de arquitetos jovens com propostas mais ousadas, como Gustavo Utrabo e Messina Rivas.

Protótipo “Módulo Tecnoíndia”, do arquiteto José Afonso Botura Portocarrero. Uma das construções experimentais apresentadas na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, 2025. Foto: Rafa D’Andrea/Casa Vogue

 

Expografia

A expografia é assinada pelo arquiteto Álvaro Razuk e é baseada em uma grande estrutura modular de andaimes metálicos, pensada para apresentar os mais diversos suportes: projetos, planos, maquetes e vídeos. O sistema ocupa os 10 mil m² da Oca e, devido à característica “vazada” dos módulos de andaimes, favorece a visão do edifício, valorizando sua arquitetura. 

O térreo da Oca se configura como um espaço introdutório, organizado em quatro seções:

  1. Visões de Futuro: panorama das utopias e distopias arquitetônicas do passado, convocando a imaginação arquitetônica a propor alternativas para o futuro do planeta;
  2. Introdução às mudanças climáticas nas cidades: idealizada ao modo dos museus de ciência;
  3. Projetos Pioneiros: trabalhos brasileiros produzidos entre as décadas de 1970 e 2000, que propuseram soluções baseadas na natureza antes de elas se tornarem uma pauta internacional;
  4. Desastres recentes: relembra os efeitos catastróficos do novo regime climático. 

Nos demais andares, a mostra é estruturada em oito seções: 1. Reflorestar o Urbano; 2. Partimos das Águas; 3. Circular Juntos; 4. Construir Verde; 5. Recuperar Enquanto Há Tempo; 6. Saber Fazer Com; 7. Reduzir as Desigualdades e 8. Ficaremos Aqui. 

Destaque para a seção expositiva “Ficaremos aqui” que ocupa o segundo andar, apresentando quatorze construções experimentais de baixo impacto, algumas delas em tamanho real, que resgatam saberes tradicionais e exploram novos materiais. Essas construções estão sendo chamadas de “pequenos pavilhões” e funcionam como laboratórios de soluções arquitetônicas.

Réplica da “Paper Log House”, do arquiteto Shigeru Ban. 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, 2025. Foto: Rafa D’Andrea/Casa Vogue

 

História

A Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo é uma das principais plataformas de debate da cultura arquitetônica no Brasil. Criada em 1951 como Exposição Internacional de Arquitetura dentro das Bienais de Arte, teve dez edições até 1971. Em 1973 passou ao IABsp, no formato atual, com o tema “O ambiente que o homem organiza” e a participação de 22 países. Desde então foram 13 edições, reunindo quase dois milhões de visitantes, com momentos marcantes como a 12ª, que superou 300 mil pessoas.

 

Arquitetura e arte lado a lado

Embora sejam eventos independentes, a Bienal de Arquitetura e a Bienal de Arte — ambas realizadas no Parque Ibirapuera — frequentemente dialogam. Os dois eventos refletem questões sociais e culturais de seu tempo, e neste ano não é diferente: as propostas aproximam arte, arquitetura e reflexão crítica sobre as cidades.

 

Serviço
14ᵃ Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo
Arquiteturas para um Mundo Quente
Visitação até 19 outubro de 2025
Horário: terça a domingo, das 10h às 20h
Local: Oca, Pq. Ibirapuera, São Paulo – SP
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, S/n – Portão 2 – Moema
Programação gratuita

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