Imagem e Emergência: Artes e COP 30

Denilson Baniwa. “Natureza Morta 1”, 2016

 

Como as instituições de arte brasileiras estão lidando com as questões ambientais neste ano em que a COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) será sediada no país

Entendendo que o sistema da arte impacta significativamente o meio-ambiente e, ao mesmo tempo, é capaz de contribuir para a conscientização, o engajamento e a mobilização em torno da questão climática, o Mees começa a publicar, de modo recorrente, notícias a este respeito na série “Imagem e Emergência: Artes e COP30”. Acompanhe!

Inauguração do Museu do Amanhã, Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

 

“Museus e mudanças climáticas” é o tema da 19ª Primavera dos Museus

O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) já definiu o tema da temporada de eventos que acontecerá de 22 a 28 de setembro de 2025. A escolha visa promover debates e ações sobre o papel dos museus na conscientização e enfrentamento da crise climática, destacando a importância da preservação do patrimônio cultural e natural em um mundo em transformação. E busca inspirar reflexões sobre sustentabilidade e a responsabilidade coletiva diante dos desafios ambientais. 

Denilson Baniwa. “Arqueiro digital”, 2020

 

Nove museus brasileiros concorrem a prêmio sobre práticas sustentáveis

O ICOM (International Council of Museums – Conselho Internacional de Museus) lançou, este ano, o Prêmio para Práticas de Desenvolvimento Sustentável em Museus. Este é o primeiro prêmio mundial que reconhece ações inovadoras e práticas exemplares que contribuem de forma significativa para o desenvolvimento sustentável no setor museológico.

A ótima notícia é que nove instituições brasileiras estão na lista de indicados. Ao todo, foram 130 projetos indicados de 60 países. Os membros institucionais e profissionais do ICOM Brasil que estão concorrendo ao Prêmio são: Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB/RJ), Instituto Inhotim, Museu do Amanhã, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM São Paulo), Museu da Bolsa do Brasil (MUB3), Museu do Diamante, Museu da Língua Portuguesa e Museu do Jardim Botânico.

O Prêmio ICOM tem como objetivo destacar o papel essencial que os museus desempenham na promoção do desenvolvimento sustentável. Além disso, busca inspirar profissionais ao redor do mundo a fortalecer seus esforços para integrar práticas sustentáveis em suas atividades diárias. Serão selecionados três projetos finalistas e o anúncio do vencedor acontecerá durante a 27ª Conferência Geral do ICOM, que será realizada em Dubai, de 11 a 17 de novembro.

Denilson Baniwa. “Voyeurs”, 2019. Coleção Pinacoteca do Estado de São Paulo

 

ICOM Brasil: Patrimônio Cultural e Mudanças Climáticas

O ICOM Brasil lançou recentemente a Carta Brasileira do Patrimônio Cultural e Mudanças Climáticas e está coletando assinaturas de instituições até 15 de agosto.  O documento propõe diretrizes para a proteção e valorização do patrimônio cultural diante dos desafios das mudanças climáticas, visando contribuir para a implementação de ações como instrumentos de influência política e de articulação entre diferentes setores.

A Carta é uma iniciativa do Comitê de Mudanças Climáticas e Patrimônio do ICOMOS Brasil e do Comitê Brasileiro do ICOM, com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz).

O documento expressa que as mudanças climáticas — por meio de eventos extremos (como enchentes, secas, incêndios, entre outros), alterações globais de temperatura média, degradação de ecossistemas e desertificação — afetam desproporcionalmente as populações vulneráveis, sobretudo os povos e comunidades tradicionais, que há gerações atuam na preservação e conservação do patrimônio cultural e natural, enfrentando ameaças intensificadas pela insuficiência de políticas públicas e proteção institucional. 

O objetivo é reiterar a necessidade de integrar justiça climática, inclusão, equidade territorial e diversidade cultural às ações de salvaguarda, valorizando os conhecimentos ancestrais e técnicas tradicionais como elementos centrais nas estratégias de adaptação e mitigação climática em diálogo com a ciência e tecnologia. 

São listadas propostas de salvaguarda para uma grande diversidade de bens culturais e expressões, incluindo: sítios e bens arqueológicos; territórios tradicionais; paisagens culturais; práticas e saberes tradicionais; festas, celebrações e manifestações culturais; conjuntos arquitetônicos, edificações urbanas e rurais de valor cultural, histórico e simbólico; patrimônio linguístico, oralidades, cantigas e brincadeiras; instituições museais, Pontos de Memória e demais acervos museológicos; Arquivos, bibliotecas, jardins botânicos e outros acervos documentais, audiovisuais, bibliográficos e coleções biológicas; lugares de memória e espiritualidade; práticas de museologia social e comunitária. 

A Carta pode acessada em: https://www.icom.org.br/wp-content/uploads/2025/07/Carta-Brasileira-de-Patrimonio-Cultural-e-Mudancas-Climaticas_para-adesao-2.pdf

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