Vista da exposição, 2025. Foto: Pedro Pina / Divulgação: Centro de Arte Moderna Gulbenkian.
A grande exposição “Paula Rego e Adriana Varejão: Entre vossos dentes” está em cartaz no Centro de Arte Moderna Gulbenkian, em Lisboa, e apresenta cerca de 80 obras, abrangendo mais de seis décadas de produção. É um encontro entre duas artistas de gerações diferentes: Paula Rego (Lisboa, 1935–Londres, 2022) e Adriana Varejão (Rio de Janeiro, 1964), apresentando pinturas, gravuras, esculturas e instalações. A curadoria é da própria artista carioca junto com Helena de Freitas e Victor Gorgulho. A cenografia é de Daniela Thomas. A exposição fica em cartaz até 22 de setembro.
Ana Mazzei. Estrela, 2024. Bronze e madeira. Cortesia galeria Martins&Monteiro.
Ana Mazzei (São Paulo, 1979) foi indicada pelo EFG Latin America Art Award, em parceria com a ArtNexus, para o prêmio do EFG CAPITAL (banco internacional de capital privado). A obra “Estrela” (2024) foi selecionada na SP-Arte com a colaboração de Alexia Tala, curadora Independente, e Celia Sredni de Birbragher, diretora e editora da ArtNexus. Em suas esculturas coloridas, a artista combina formas orgânicas e figurativas com sensibilidade geométrica.
O EFG Latin America Art Award é um prêmio anual de aquisição para artistas emergentes da América Latina, criado em 2010. O objetivo é promover as artes visuais contemporâneas na região e atrair colecionadores para feiras de arte latino-americanas. As obras dos artistas vencedores são adquiridas pela EFG Capital e adicionadas ao acervo do banco em Miami.
José Antônio da Silva. Queimada, 1971. Oléo sob tela. Foto: Cecília Brunson Projects.
José Antônio da Silva na França
A exposição “Pintar o Brasil” é a primeira monográfica na França dedicada a José Antônio da Silva (1909-1996) e apresenta cerca de quarenta obras de diferentes coleções brasileiras. Da Silva foi pintor, desenhista, escritor, escultor e repentista. Trabalhador rural com pouca formação escolar, era autodidata. Em 1931, mudou-se para São José do Rio Preto, São Paulo. Participou da exposição de inauguração da Casa de Cultura da cidade em 1946, quando suas pinturas chamaram a atenção de críticos como Lourival Gomes Machado. A exposição acontece no Museu de Grenoble e fica em cartaz até 6 de julho.
Antonio Dias. “The Illustration of Art/The Body,” 1974. Foto: Charles Roussell. Cortesia galeria Nara Roesler.
A obra “The Illustration of Art/The Body” (1974), de Antonio Dias ( 1944-2018), passou a integrar a coleção permanente do Art Institute of Chicago. O artista foi um dos principais representantes da arte brasileira do século XX, alcançando reconhecimento internacional em meados da década de 1960. Um momento fundamental de sua carreira foi o desenvolvimento da série “The Illustration of Art” (1971–1978), concebida durante uma residência em Nova York, viabilizada por uma bolsa da Fundação Guggenheim. Uma das formas recorrentes ao longo do desenvolvimento da série é a do retângulo incompleto, em que falta uma de suas partes: um quadrado.
Maria Thereza Alves. “Pereca – Scinax perpusillus”, da série Conselho dos Seres, 2022. Aquarela sobre papel. Cortesia galeria Martins&Monteiro.
Maria Thereza Alves na Finlândia
A artista vai participar da Bienal de Helsinki, que abre no dia 8 de junho
O tema da terceira edição da Bienal é “Shelter” e reflete sobre a frágil relação entre a humanidade e o mundo natural. Maria Thereza Alves (1961) vai apresentar o projeto “Conselho de Seres”, em que “confere representatividade às entidades sub-representadas”. A instalação inclui aquarelas que retratam os morros de São Paulo sem vestígios de Mata Atlântica, bem como crustáceos terrestres, insetos, anfíbios e répteis nativos da região. E, por meio de peças escultóricas, também cria habitações potenciais para esses seres.
Luana Vitra, 2025. Foto: Léo Mitre. Cortesia Mitre Galeria
Luana Vitra (1995) realiza sua primeira exposição institucional nos Estados Unidos, no SculptureCenter, em Long Island. A prática da artista está profundamente interligada com o seu estado de origem: Minas Gerais. Por meio de uma linguagem abstrata que abrange desenho, pintura, performance, escultura e instalação, ela se interessa pela carga metalúrgica e transformadora dos minerais e sua capacidade de metamorfose. O projeto comissionado pelo SculptureCenter se chama “Amuletos” reforça a estética enraizada no espiritual que Vitra explora. Ela convida os visitantes a olhar além das propriedades materiais das esculturas e de sua circulação como mercadorias e a vislumbrar outra dimensão à qual elas pertencem. A exposição abre hoje (30 de abril) e vai até 28 de julho.
Vista da obra “A Criação das Criaturas do Dia e da Noite”, 2024. Divulgação: The High Line Project.
Anualmente, o projeto High Line comissiona trabalhos site-specific de artistas do mundo todo. A artista da vez é Rosana Paulino (1967). Em seu trabalho, ela confronta o passado colonial do Brasil e seu impacto duradouro nas comunidades negras e indígenas. A obra comissionada se chama “A Criação das Criaturas do Dia e da Noite” e expande a série Manguezal, em que retrata mulheres-árvore como símbolos mitológicos dos biomas brasileiros, colocando figuras negras e indígenas no centro de uma nova cosmologia. Nesta obra, ela transforma o manguezal em um local sagrado de transformação, onde a vida e a morte (como o dia e a noite) coexistem em um ciclo contínuo. A obra pode ser vista até dezembro deste ano.
Dalton Paula. “Pacífico Licutan”, 2024. Oleo e folha de ouro sob tela. Foto: Paulo Rezende. Divulgação Lisson Gallery.
Dalton Paula na conexão Londres – Nova York
A poderosa Lisson Gallery, de Londres/Nova York, se une à Martins & Montero (São Paulo, Bruxelas) e à Cerrado Galeria de Arte (Brasília, Goiânia) para representar Dalton Paula (1986). A galeria vai apresentar a primeira exposição do artista em Nova York em setembro deste ano. Vale lembrar que, além de sua prática artística, Dalton também fundou dois centros de arte em sua cidade natal, Goiânia. Em 2020, o Sertão Negro, que serve como escola de arte, residência, ateliê, cozinha e jardim para a comunidade, oferecendo aulas, workshops, exibições de filmes e muito mais. E, este ano, o Jatobá Nascente, que oferece a seis artistas emergentes um espaço de ateliê compartilhado e um terreno individual para construir uma casa. Paula se inspirou nos antigos quilombos do Brasil para desenvolver esses projetos.